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Indústria musical fica para trás diante da velocidade da IA — e artistas pagam o preço

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Indústria musical

A revolução promovida pela inteligência artificial na criação musical vem a toda velocidade — mas as leis e os sistemas de direitos autorais não acompanham. O resultado? Muitos artistas ficam desamparados — sem autoria reconhecida, sem royalties e com incertezas sobre o futuro.

Com programas de IA que geram composições, arranjos, melodias e até vocais a partir de simples instruções de texto, o que antes exigia equipes inteiras — compositores, músicos, engenheiros de som — agora pode ser produzido em minutos por uma única pessoa no laptop.

Para quem cria, isso significa redefinir o papel do artista: para muitos, o trabalho se transforma em “curadoria do resultado da máquina”, não mais em criação no sentido tradicional. Um exemplo: o canal no YouTube do compositor Bae Young-goon lançou quase 200 faixas no ano — um ritmo impensável na era pré-IA.

Mas há um problema grave: a Korea Music Copyright Association (Komca) não reconhece músicas feitas integralmente por IA como passíveis de registro de direitos autorais. Isso significa: sem registro = sem royalties. Muitos artistas acabam dependendo apenas de receita de visualizações, publicidade ou outras formas de renda, sem participação nos royalties tradicionais.

Além disso, o uso de IA para gerar música frequentemente se baseia em catálogos existentes — com cantores, compositores e obras prévias — sem que haja transparência sobre licença ou compensação aos criadores originais. Críticos apontam que empresas de tecnologia deveriam obter permissões explícitas e atribuir corretamente as obras usadas para treinar seus modelos.

Juristas e representantes da indústria defendem que as regras atuais são insuficientes e alertam para riscos concretos. “Quanto mais demorarmos para regular, maior será o prejuízo aos músicos”, declarou o representante da associação de compositores.

Para além da Coreia — onde o problema foi relatado — essa é uma discussão global. Relatórios recentes apontam perda significativa de renda para trabalhadores da música à medida que a IA ganha força.

A equação é urgente: como garantir que a tecnologia sirva à arte — e não ao inverso? Que a inovação caminhe junto da justiça aos criadores? Esse é o desafio central que começa a bater às portas da indústria musical mundial.

Fonte: Korea Joongang Daily

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Personalidades do Ano 2025: Os ‘construtores’ da inteligência artificial”

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time magazine person of the year ai 2025 003

Num ano marcado pela aceleração vertiginosa da inteligência artificial e seus impactos radicais sobre cultura, economia e vida social, a revista TIME elegeu os “Arquitetos da IA” como sua Person of the Year 2025 — um grupo de visionários responsáveis pela construção e disseminação das tecnologias que hoje moldam o tempo presente e futuro.

Assim como um álbum conceitual que define uma era, a escolha da revista norte-americana captura a magnitude do movimento que reconfigurou não só o cenário tecnológico, mas também práticas culturais, relações de trabalho e modelos de significado coletivo.

Entre as figuras destacadas estão Sam Altman (OpenAI), Jensen Huang (Nvidia), Elon Musk (xAI/Tesla), Mark Zuckerberg (Meta), Lisa Su (AMD), Demis Hassabis (Google DeepMind), Dario Amodei (Anthropic) e Fei-Fei Li (academia/World Labs) — um line-up que reúne desde executivos visionários a pesquisadores que redefiniram o som e a forma da paisagem digital.

Do backstage ao mundo real: a IA como protagonista

Segundo a TIME, 2025 foi o ano em que o potencial das inteligências artificiais “rugiu aos olhos do mundo”, posicionando essa tecnologia como força irreversível no cotidiano global. A decisão editorial destaca que, mais do que produtos de consumo, essas máquinas e seus criadores se tornaram agentes que “entram em casa, reformulam rivalidades geopolíticas, e impulsionam decisões que reacendem dinâmicas sociais e econômicas profundas”.

O impacto não é apenas teórico. Modelos como ChatGPT passaram de curiosidades de laboratório a ferramentas onipresentes, com centenas de milhões de usuários, enquanto gigantes da tecnologia gastam centenas de bilhões em infraestrutura. A corrida pela supremacia em IA se traduz em superdata centers que consomem energia como pequenas nações e investimentos que reescrevem o mapa de poder global.

Críticas, ruídos e reverberações culturais

A escolha editorial não foi unânime. A capa que recria com IA a icônica foto Lunch atop a Skyscraper — substituindo trabalhadores por executivos de tecnologia — gerou debates acalorados nas redes sobre simbolismo, precarização e o papel das corporações no imaginário coletivo.

Além disso, a narrativa adotada pela revista ecoa um dilema cultural: “homenagear” quem constrói a tecnologia também implica refletir sobre os custos sociais, éticos e ambientais desse avanço. A IA já não é mero instrumento — virou trilha sonora, produtor executivo e, para muitos, uma presença inescapável na composição do presente.

Conclusão

No ritmo acelerado de 2025, os “Arquitetos da IA” não são figuras isoladas num pedestal tecnológico — eles são tanto os compositores quanto os produtores de um novo álbum coletivo chamado Era da Inteligência Artificial. Em um ano em que esse álbum tocou em praticamente todos os aspectos da vida humana, a TIME escolhe aqueles que escreveram as linhas mais influentes e controversas dessa partitura global.

Fontes: TIME, Correio do Povo, Euronews e ElHuffPost

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Do grunge à sobriedade: Antiheroine traz o retrato sem filtros de Courtney Love

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Courtney love 2

Um ícone do rock alternativo dos anos 1990 revisita sua própria lenda em Antiheroine, novo documentário que promete ir além dos clichês e mitos que envolveram a carreira de Courtney Love. Com estreia mundial marcada no Festival de Cinema de Sundance 2026, o filme apresenta a vocalista de Hole sob uma lente que mistura franqueza, contradição e poder feminino num retrato profundo e sem filtros.

Dirigido por Edward Lovelace e James Hall, responsáveis por trabalhos documentais como The Possibilities Are Endless, Antiheroine foi produzido pela Dorothy St. Pictures, produtora que se destacou por narrativas focadas em figuras femininas icônicas da cultura pop. A sinopse oficial do filme, liberada pelo festival, promete uma viagem pela vida de Love — “agora sóbria e prestes a lançar novas músicas pela primeira vez em mais de uma década” — contada pela própria artista, em um relato “sem filtros e sem pedir desculpas”.

A produção não se limita à perspectiva de Love. Várias vozes influentes do rock alternativo contribuem com depoimentos e memórias, incluindo Billie Joe Armstrong (Green Day), Michael Stipe (R.E.M.) e ex-integrantes da própria Hole — como Melissa Auf der Maur e Patty Schemel — compondo um mosaico de percepções sobre sua trajetória.

A expectativa gira em torno não apenas das revelações íntimas e artísticas, mas também do posicionamento de Love enquanto personalidade que sempre desafiou convenções: uma mulher navegando entre elogios e controvérsias, amor e tragédias públicas, arte e escândalo. Sundance 2026 acontece entre 22 de janeiro e 1º de fevereiro em Park City e Salt Lake City, Utah, antes de sua transição para Boulder (Colorado) no ano seguinte.

Ao colocar Love no centro de sua própria narrativa, Antiheroine promete ser mais que um documentário sobre uma carreira: é um espelho da própria cultura do rock — áspera, fascinante e inerentemente humana.

Fonte: The Line of Best Fit

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Liah Soares transforma IA em poesia visual no clipe de “Amor pela Metade”, trilha de Três Graças

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Amor pela Metade - Liah Soares

A veterana da música brasileira Liah Soares inaugura um novo capítulo na sua carreira com o lançamento do videoclipe de Amor pela Metade, single que integra a trilha sonora da novela Três Graças (TV Globo), tema amoroso dos personagens Viviane (Gabriela Loran) e Leonardo (Pedro Novaes).

Dirigido por Rafael Almeida e produzido pela RA7 Content, o clipe se destaca por um elemento que vem dominando conversas na cultura pop e no universo audiovisual: a inteligência artificial como ferramenta criativa. A produção abraça a IA não como substituta, mas como parceira na construção de um universo imagético onírico que dialoga com as camadas emocionais da canção e os dilemas dos personagens da trama.

A canção — lançada como single em plataformas digitais — explora a fragilidade e ambiguidade de um amor incompleto, e se beneficia do uso da IA para traduzir visualmente esse clima de sonho e metáfora. Segundo relatos sobre o processo, Liah passou por uma captura detalhada de expressões e movimentos, permitindo que a versão digital da artista mantivesse uma fidelidade sensível à performance real.

Para a paraense com mais de duas décadas de estrada, cujo repertório já foi gravado por gigantes da música popular brasileira e cuja voz já integrou diversas trilhas de novela, essa experiência com tecnologia representa mais um ponto de inflexão em uma carreira marcada pela mistura de tradição e invenção.

O videoclipe — visualmente ousado e tecnologicamente concebido — convida o público a repensar não apenas a forma como se constrói um vídeo musical, mas a própria relação entre sentimento e imagem na era digital. A música, já amplamente exibida nas cenas da novela, ganha agora sua extensão visual, reforçando a presença de Liah no centro das conversas sobre inovação artística no Brasil.

Assista:

Fontes: Terra e gshow

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