Connect with us

Notícias

AI-drop ou AI-flop? O som do amanhã em disputa

Avatar photo

Publicado

em

ai drop ou ai flop o som do amanh

Em um dos debates mais intensos a agitar a indústria musical neste ano, a inteligência artificial deixou de ser curiosidade tecnológica para se tornar uma força mainstream com impacto direto sobre criação, direitos e economia da música. Enquanto artistas expressam preocupação profunda com a proliferação de IA generativa — capaz de produzir faixas completas, imitar vozes e até “assinar contratos” com gravadoras — os três grandes grupos globais de música corporativa decidiram abraçar a tecnologia em vez de combatê-la.

A cena cultural de 2025 testemunhou o surgimento de atos virtuais nas paradas, casos virais de músicas aparentemente geradas por IA e títulos que misturam gêneros e estilos sem intervenção humana direta. Um exemplo recente foi I Run, faixa eletrônica que chegou ao Top 20 no Reino Unido em meio a uma controvérsia sobre seu uso de processamento vocal assistido por IA.

O que parecia uma ameaça existencial — comparável aos primeiros choques causados pelo Napster no fim dos anos 90 — agora é visto pelas majors como uma oportunidade comercial e estratégica. Universal Music Group (UMG), Warner Music Group (WMG) e Sony Music fecharam acordos de licenciamento com plataformas de IA como Udio, Suno e Klay, permitindo que usuários criem novas músicas com bases tecnológicas que aprendem a partir de catálogos massivos de sons existentes.

Executivos dessas gravadoras insistem que tais parcerias vão proteger os direitos de artistas e compositores, ao mesmo tempo em que abrem novas formas de monetização e experiências criativas para fãs. A narrativa corporativa destaca a “democratização da criação”, permitindo que qualquer pessoa molde seu próprio percurso musical.

Mas nem todos veem isso como um ganho. Criadores independentes e entidades de classe alertam para a falta de transparência nos termos desses acordos, para o risco de desvalorização do trabalho artístico e para potenciais abusos no uso de vozes, estilos e identidades de músicos sem consentimento claro.

Vozes influentes dentro da própria comunidade musical ilustram esse fosso: alguns defendem a integração franca da IA como inevitável, argumentando que “se você não licencia, vão pegar de qualquer jeito” — ecoando o sentido pragmático da história da música popular. Outros, porém, acusam as majors de tratar estes acordos como um mero movimento financeiro, deixando artistas menores à margem.

No cerne do debate está uma pergunta fundamental: quem controla o som do futuro — as máquinas ou os músicos? Na encruzilhada entre valor cultural, direitos intelectuais e modelos de negócio, o que está em jogo é mais que um riff eletrificado: é a própria definição do que significa criar música em uma era em que algoritmos cantam, compõem e remixam quase tão bem quanto humanos.

Fontes: Eamonn Forde, Wikipedia e The Dove

Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias

Personalidades do Ano 2025: Os ‘construtores’ da inteligência artificial”

Avatar photo

Publicado

em

time magazine person of the year ai 2025 003

Num ano marcado pela aceleração vertiginosa da inteligência artificial e seus impactos radicais sobre cultura, economia e vida social, a revista TIME elegeu os “Arquitetos da IA” como sua Person of the Year 2025 — um grupo de visionários responsáveis pela construção e disseminação das tecnologias que hoje moldam o tempo presente e futuro.

Assim como um álbum conceitual que define uma era, a escolha da revista norte-americana captura a magnitude do movimento que reconfigurou não só o cenário tecnológico, mas também práticas culturais, relações de trabalho e modelos de significado coletivo.

Entre as figuras destacadas estão Sam Altman (OpenAI), Jensen Huang (Nvidia), Elon Musk (xAI/Tesla), Mark Zuckerberg (Meta), Lisa Su (AMD), Demis Hassabis (Google DeepMind), Dario Amodei (Anthropic) e Fei-Fei Li (academia/World Labs) — um line-up que reúne desde executivos visionários a pesquisadores que redefiniram o som e a forma da paisagem digital.

Do backstage ao mundo real: a IA como protagonista

Segundo a TIME, 2025 foi o ano em que o potencial das inteligências artificiais “rugiu aos olhos do mundo”, posicionando essa tecnologia como força irreversível no cotidiano global. A decisão editorial destaca que, mais do que produtos de consumo, essas máquinas e seus criadores se tornaram agentes que “entram em casa, reformulam rivalidades geopolíticas, e impulsionam decisões que reacendem dinâmicas sociais e econômicas profundas”.

O impacto não é apenas teórico. Modelos como ChatGPT passaram de curiosidades de laboratório a ferramentas onipresentes, com centenas de milhões de usuários, enquanto gigantes da tecnologia gastam centenas de bilhões em infraestrutura. A corrida pela supremacia em IA se traduz em superdata centers que consomem energia como pequenas nações e investimentos que reescrevem o mapa de poder global.

Críticas, ruídos e reverberações culturais

A escolha editorial não foi unânime. A capa que recria com IA a icônica foto Lunch atop a Skyscraper — substituindo trabalhadores por executivos de tecnologia — gerou debates acalorados nas redes sobre simbolismo, precarização e o papel das corporações no imaginário coletivo.

Além disso, a narrativa adotada pela revista ecoa um dilema cultural: “homenagear” quem constrói a tecnologia também implica refletir sobre os custos sociais, éticos e ambientais desse avanço. A IA já não é mero instrumento — virou trilha sonora, produtor executivo e, para muitos, uma presença inescapável na composição do presente.

Conclusão

No ritmo acelerado de 2025, os “Arquitetos da IA” não são figuras isoladas num pedestal tecnológico — eles são tanto os compositores quanto os produtores de um novo álbum coletivo chamado Era da Inteligência Artificial. Em um ano em que esse álbum tocou em praticamente todos os aspectos da vida humana, a TIME escolhe aqueles que escreveram as linhas mais influentes e controversas dessa partitura global.

Fontes: TIME, Correio do Povo, Euronews e ElHuffPost

Continuar lendo

Cinema

Do grunge à sobriedade: Antiheroine traz o retrato sem filtros de Courtney Love

Avatar photo

Publicado

em

Courtney love 2

Um ícone do rock alternativo dos anos 1990 revisita sua própria lenda em Antiheroine, novo documentário que promete ir além dos clichês e mitos que envolveram a carreira de Courtney Love. Com estreia mundial marcada no Festival de Cinema de Sundance 2026, o filme apresenta a vocalista de Hole sob uma lente que mistura franqueza, contradição e poder feminino num retrato profundo e sem filtros.

Dirigido por Edward Lovelace e James Hall, responsáveis por trabalhos documentais como The Possibilities Are Endless, Antiheroine foi produzido pela Dorothy St. Pictures, produtora que se destacou por narrativas focadas em figuras femininas icônicas da cultura pop. A sinopse oficial do filme, liberada pelo festival, promete uma viagem pela vida de Love — “agora sóbria e prestes a lançar novas músicas pela primeira vez em mais de uma década” — contada pela própria artista, em um relato “sem filtros e sem pedir desculpas”.

A produção não se limita à perspectiva de Love. Várias vozes influentes do rock alternativo contribuem com depoimentos e memórias, incluindo Billie Joe Armstrong (Green Day), Michael Stipe (R.E.M.) e ex-integrantes da própria Hole — como Melissa Auf der Maur e Patty Schemel — compondo um mosaico de percepções sobre sua trajetória.

A expectativa gira em torno não apenas das revelações íntimas e artísticas, mas também do posicionamento de Love enquanto personalidade que sempre desafiou convenções: uma mulher navegando entre elogios e controvérsias, amor e tragédias públicas, arte e escândalo. Sundance 2026 acontece entre 22 de janeiro e 1º de fevereiro em Park City e Salt Lake City, Utah, antes de sua transição para Boulder (Colorado) no ano seguinte.

Ao colocar Love no centro de sua própria narrativa, Antiheroine promete ser mais que um documentário sobre uma carreira: é um espelho da própria cultura do rock — áspera, fascinante e inerentemente humana.

Fonte: The Line of Best Fit

Continuar lendo

Notícias

Liah Soares transforma IA em poesia visual no clipe de “Amor pela Metade”, trilha de Três Graças

Avatar photo

Publicado

em

Amor pela Metade - Liah Soares

A veterana da música brasileira Liah Soares inaugura um novo capítulo na sua carreira com o lançamento do videoclipe de Amor pela Metade, single que integra a trilha sonora da novela Três Graças (TV Globo), tema amoroso dos personagens Viviane (Gabriela Loran) e Leonardo (Pedro Novaes).

Dirigido por Rafael Almeida e produzido pela RA7 Content, o clipe se destaca por um elemento que vem dominando conversas na cultura pop e no universo audiovisual: a inteligência artificial como ferramenta criativa. A produção abraça a IA não como substituta, mas como parceira na construção de um universo imagético onírico que dialoga com as camadas emocionais da canção e os dilemas dos personagens da trama.

A canção — lançada como single em plataformas digitais — explora a fragilidade e ambiguidade de um amor incompleto, e se beneficia do uso da IA para traduzir visualmente esse clima de sonho e metáfora. Segundo relatos sobre o processo, Liah passou por uma captura detalhada de expressões e movimentos, permitindo que a versão digital da artista mantivesse uma fidelidade sensível à performance real.

Para a paraense com mais de duas décadas de estrada, cujo repertório já foi gravado por gigantes da música popular brasileira e cuja voz já integrou diversas trilhas de novela, essa experiência com tecnologia representa mais um ponto de inflexão em uma carreira marcada pela mistura de tradição e invenção.

O videoclipe — visualmente ousado e tecnologicamente concebido — convida o público a repensar não apenas a forma como se constrói um vídeo musical, mas a própria relação entre sentimento e imagem na era digital. A música, já amplamente exibida nas cenas da novela, ganha agora sua extensão visual, reforçando a presença de Liah no centro das conversas sobre inovação artística no Brasil.

Assista:

Fontes: Terra e gshow

Continuar lendo

Trending