Connect with us

Notícias

IA na música: gravadoras numa “zona de perigo”, diz Barclays

Avatar photo

Publicado

em

IA na música

A revolução da inteligência artificial está batendo à porta da indústria musical — e segundo Barclays, as grandes gravadoras podem estar prestes a entrar numa verdadeira “zona de perigo”. Com a geração automática de música cada vez mais refinada, o jogo muda – e as regras antigas não bastam mais.

A corretora britânica alertou que o avanço da tecnologia generativa representa riscos crescentes para o setor global de música, afirmando que empresas tradicionais de fonograma podem enfrentar “receitas de uso em risco, perda de participação de mercado”, enquanto possuem “oportunidades limitadas de crescimento se não se adaptarem rápido”.

O relatório cita três vetores de mudança principais: (1) a qualidade das músicas produzidas por IA melhorou significativamente; (2) a IA está abrindo a produção musical para cerca de 300 milhões de criadores que antes não tinham competências musicais — o que amplia dramaticamente a base de competição; (3) a pirataria, por sua vez, está se sofisticando.

Na prática, o Barclays projetou cenários preocupantes. No pior dos cenários, as gravadoras poderiam perder até 50% de suas receitas de uso e 10% de participação de mercado — o que reduziria o EBITDA da Universal Music Group (UMG) em cerca de 13% e o da Warner Music Group (WMG) em cerca de 18%. Um cenário mais moderado falava em declínio de ~1% para a UMG e ~4% para a WMG. Já no cenário mais otimista — baseado em acordos de licenciamento e produtos para superfãs — poderia haver expansão de até 17% no EBITDA para ambas.

O Barclays também apontou que a ascensão de artistas gerados por IA, como Enlly Blue, Xania Monet e Blow Records — todos com milhões de ouvintes online — evidencia uma erosão da fronteira entre “música humana” e “música de máquina”.

Além disso, a pirataria alimentada por IA preocupa: segundo o relatório, a Deezer relatou que 28% dos uploads diários de músicas eram completamente gerados por IA, com até 70% dessas transmissões categorizadas como fraudulentas. Já a Spotify retirou mais de 75 milhões de “faixas de spam” no último ano.

Porém, nem tudo é negação. O relatório do Barclays também vê oportunidades — por exemplo, nas receitas advindas de licenciamento de conteúdo gerado por IA e na criação de plataformas para superfãs com remixes personalizados, mash-ups e experiências hiper-ativadas.

Segundo o CEO da UMG, Sir Lucian Grainge, “a IA tem o potencial de oferecer ferramentas criativas que nos permitirão conectar nossos artistas com seus fãs de novas maneiras”. O Barclays, por seu turno, ressalta: “é muito cedo para ser definitivo, então a execução será fundamental, já que o status quo seria negativo”. O ano de 2026, diz a análise, será crucial para ver quem garante a dianteira: desenvolvedores de tecnologia, artistas ou gravadoras.

Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias

Se a IA fizer um hit… você reconhece? 97% não.

Avatar photo

Publicado

em

20241206 Deezer ImageBank FINAL DEE00774 1 2 1240x600 1 900x435 1

A plataforma Deezer, em parceria com a consultoria Ipsos, lançou um estudo global com 9 000 pessoas em oito países que revela: 97% dos ouvintes não conseguem distinguir música 100% gerada por inteligência artificial da produzida por humanos.

Mas não é só isso:

  • Mais da metade (52%) admitiu sentir-se desconfortável por não conseguir diferenciar as origens das faixas.
  • A maioria (80%) acredita que trilhas totalmente geradas por IA devem vir com etiqueta clara de “100% AI”.
  • Cerca de 65% defendem que não se deve usar material protegido por copyright para treinar modelos de IA – ou que, se usar, os artistas originais devem ser remunerados de maneira justa.
  • E entre os usuários de streaming, 45% gostariam de poder filtrar para não ouvir músicas totalmente geradas por IA.

Segundo a Deezer, o volume de uploads de faixas 100% IA na plataforma ultrapassa 50 000 por dia, o que representa cerca de 34% de todas as entregas diárias de música.

A empresa já se posiciona como a única grande do streaming a rotular claramente músicas geradas por IA e a removê-las de algoritmos e playlists editoriais, visando proteger artistas e ouvintes.

Continuar lendo

Notícias

Billboard Country #1: o hit feito por IA que virou febre nas estradas digitais

Avatar photo

Publicado

em

Breaking Rust

O topo da Billboard Country acaba de ser tomado por um artista que não existe.
Breaking Rust, um cantor criado por inteligência artificial, colocou a faixa “Walk My Walk” em #1 nas vendas digitais dos EUA. Nenhum microfone, nenhuma fazenda, nenhum humano suando no estúdio — só algoritmos.

A façanha é histórica: é a primeira vez que um artista 100% IA lidera o chart country, território sagrado da autenticidade americana. O som? Mistura de banjo sintético, voz com brilho de máquina e sentimento de quem nunca teve um coração — mas sabe bem onde o público clica.

Pesquisadores dizem que dá pra ouvir a IA “respirando errado”. Mas pouco importa: milhões já baixaram o hit, e o cowboy digital virou o novo símbolo de uma indústria que trocou o palco pelo servidor.

Nashville que se cuide: o novo faroeste agora é na nuvem, e o cavalo é um processador.

Continuar lendo

Notícias

“Ela me traz à vida”: como surgiu a artista de IA Xania Monet

Avatar photo

Publicado

em

Xania Monet

Quando se ouve pela primeira vez os vocais sedosos de Xania Monet, é fácil acreditar que se trata de uma cantora com uma história de vida dolorosa traduzida em R&B arrojado — até descobrirmos o “truque”. Porque, por trás dessa voz que conquistou o rádio, está a criadora e mente humana Telisha “Nikki” Jones, de 31 anos, do Mississippi — e um sofisticado arranjo de inteligência artificial.

Da dor verdadeira ao hit de rádio

Jones não era cantora antes de Xania Monet — ela era uma comunicadora autodidata em IA, descobrindo o universo das ferramentas de criação musical generativa há apenas quatro meses.

O que ela tinha, entretanto, eram poemas — íntimos, cruéis e autobiográficos. O luto pela perda do pai aos 8 anos virou letra de música: “How Was I Supposed to Know?” surge desse lugar.

Ela transforma esses poemas em faixas completíssimas: insere os versos no app de geração musical com prompt para “soul feminino com guitarra leve e bateria pesada”, escolhe o tom, alt, arranjo — e lança. “Estou apenas fazendo o que amo e misturando com tecnologia”, ela diz.

Revolução ou trap?

O timing não podia ser mais explosivo: Xania Monet já figura em pelo menos cinco charts da Billboard, e foi anunciada como a “primeira artista de IA conhecida a conquistar tanto airplay rádio” segundo a Billboard.

Ela assinou um contrato milionário com a gravadora Hallwood Media — o que confirma que o mercado vê nessa proposta algo além de experimento.

Mas nem todos celebram: artistas como Kehlani expressaram abertamente que não respeitam o uso de IA como substituto à arte humana.

Jones responde sem rodeios: “Tecnologia está evoluindo… cada um põe seu trabalho para chegar onde está”.

E sublinha: ela não está escondida atrás de uma “avatar branca” ou neutra. “Eu sou Telisha. Sou uma mulher negra; sou criadora; sou empreendedora; eu criei Xania.”

Por que isso importa para a cena musical

Porque esse flagra — essa sobreposição entre “artista humana” e “criador + IA” — trará implicações profundas:

  • Abre caminho para vozes que antes não entravam no sistema tradicional — acessibilidade e subversão juntas.
  • Provoca o mercado: se técnica não é tudo, talvez carisma + instinto sejam o novo “virtuosismo”. Como afirma a Hallwood: “sabor e instinto sempre importaram mais que destreza técnica, e agora vemos isso em tempo real”.
  • Reabre o debate sobre autoria, cultura e identidade: quem “é” a artista? Quem recebe crédito? Quem lucra?

Curiosidade MVAI:

  • Os prompts que Jones usou — “ritmo R&B lento”, “vocal feminino soul”, “guitarra leve e bateria pesada” — trazem à mente um ritual de estúdio reinventado digitalmente.
  • Apesar de não cantar, Jones garante “100% da letra é minha”. O que coloca o debate na zona cinzenta entre voz humana e corpo de robô.
  • A execução: em quatro meses, domínio de IA + lançamento comercial + hit em rádio. Um tempo que, para o mundo tradicional da música, é de “flash”.
  • Para a MVAI, seguimos atentos: se Xania Monet representa “o futuro da música”, como afirma a Hallwood, então esse futuro talvez esteja batendo à porta. 🎤✨
  • Fiquem ligados.
Continuar lendo

Trending