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Indústria fonográfica está prestes a licenciar oficialmente músicas para inteligência artificial, diz FT

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Duas das três grandes gravadoras — Universal Music Group e Warner Music Group — estariam próximas de fechar acordos de licenciamento com empresas de IA, segundo reporta o Financial Times.

De acordo com fontes citadas pelo FT, esses acordos poderiam ser firmados “em poucas semanas”, com o objetivo de “estabelecer um precedente sobre como empresas de IA devem pagar pela música”.

As negociações estariam focadas no licenciamento de músicas para a criação de faixas geradas por IA, bem como no uso desses dados musicais para treinar grandes modelos de linguagem.

Entre as empresas em pauta estariam startups de IA como ElevenLabs, Stability AI, Suno, Udio e Klay Vision.

Além disso, as gravadoras estariam negociando com empresas de tecnologia, incluindo Google e Spotify.

Esses rumores surgem em meio a litígios ativos entre as gravadoras e algumas dessas empresas de IA — por exemplo, Universal, Warner e Sony processaram Udio e Suno em junho do ano passado, alegando que estes sistemas teriam usado gravações das gravadoras sem permissão para treinamento.

Segundo o FT, espera-se que os acordos de licenciamento contemplem também uma compensação pelos usos passados das músicas.

Um caso bastante relevante citado é o da ElevenLabs, que lançou a Eleven Music e já firmou acordos de licenciamento com titulares de direitos (inclusive com a Kobalt), estabelecendo divisão aproximada de 50/50 entre receitas de música gravada e de publicação musical.

Esse acordo também inclui cláusula de “nação mais favorecida” (Most Favored Nation), o que garante que, se alguém negociar termos melhores, a Kobalt será automaticamente ajustada para igualar esses termos.

Outra empresa mencionada, Klay Vision, já havia firmado uma parceria estratégica com a Universal em outubro de 2024 para desenvolver um “modelo ético e comercial pioneiro de música gerada por IA, em colaboração com a indústria musical e seus criadores”.

As gravadoras estariam propondo um modelo de pagamento similar ao das plataformas de streaming, ou seja, cada uso dispararia um micro pagamento.

Elas também esperam que as empresas de IA criem tecnologia de atribuição — algo semelhante ao sistema Content ID do YouTube — para identificar quando suas músicas aparecem em produções da IA.

Porém, executivos do setor alertam que as negociações são muito mais complexas do que os acordos de streaming. Um executivo sênior de gravadora teria comentado: “O que muda é que quando você pega todo o histórico da música e o alimenta num modelo que produz algo irreconhecível. A questão é: os artistas vão aceitar?” Ele continuou: “Depende do contrato. Muitos dizem: ‘eu confio que vocês farão os acordos corretos em meu nome’. Seria impossível voltar aos artistas toda vez e perguntar: ‘Você está ok com esse uso da sua música?’ Em algum momento, haverá um acordo precedencial importante.”

Em reportagens anteriores, a Bloomberg já havia informado que as grandes gravadoras buscavam taxas de licenciamento junto a Suno e Udio e uma participação acionária nessas empresas.

Embora Universal e Warner estejam perto de fechar seus acordos, a Sony Music disse ao FT que “está em conversações com empresas que possuem modelos éticos de treinamento e que beneficiem nossos artistas e compositores”.

A urgência para esses acordos se deve ao volume crescente de músicas geradas por IA nas plataformas de streaming: a Deezer informou que quase um terço (28 %) das músicas enviadas são totalmente geradas por IA.

O Spotify, por sua vez, afirmou ter removido 75 milhões de faixas “spam de IA” ao longo do ano.

Fonte: Music Business Worldwide

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IA na Billboard: presença semanal revela virada histórica da indústria musical

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IA na Billboard

Toda semana, sem exceção, aparece ao menos um “artista” criado por inteligência artificial que entra nos rankings da Billboard. E sim — isso está ocorrendo com maior frequência do que você imagina.

O portal Futurism reporta que pelo menos um “artista” ou colaborador de IA entrou nos charts da Billboard nas últimas quatro semanas consecutivas.

Um dos casos mais comentados: Xania Monet — avatar de IA criado pela compositora Mississippi Telisha “Nikki” Jones, usando o app Suno.

Outro nome: Juno Skye, descrito como “artista movido a IA” produzido por Nguyen Duc Nam.

Dados esses exemplos, fica claro que o “artista” agora pode nem existir no sentido tradicional. Gravadoras se mobilizam, disputas de milhões surgem — como no caso de Xania Monet, que teria gerado leilão de gravadoras com ofertas chegando a US$ 3 milhões.

Claro, não é só diversão: há implicações éticas. Apps como Suno e Udio, usados para gerar música por IA, foram acusados de treinar modelos com obras com direitos autorais, o que ainda não foi comprovado.

E plataformas de streaming como Spotify enfrentam “invasão” de conteúdo gerado por IA.

No fim das contas, a inteligência artificial não é um inimigo da arte — é um novo tipo de instrumento, uma extensão da imaginação humana. Por trás de cada “artista” de IA listado na Billboard, ainda há alguém escrevendo, escolhendo palavras, sonoridades e emoções. A máquina não cria sozinha: ela responde a um gesto humano, a uma intenção estética.

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Enlly Blue: a diva “soul-blues” feita por IA que chegou às paradas

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Enlly Blue

Por que prestar atenção: lançada como um projeto de soul/blues com estética vintage e voz “aveludada”, Enlly Blue é um avatar musical cuja voz é gerada por inteligência artificial e a produção é assinada pelo compositor vietnamita Thong Viet. Mesmo assim — ou por causa disso — ela já aparece nas métricas que importam: paradas da Billboard, milhões de plays e picos no Shazam.

Quem é (e quem não é) Enlly Blue

Enlly Blue não é uma cantora “de carne e osso”, mas um projeto conduzido por Thong Viet (também creditado como Thong Viet Thong/Nguyễn Viết), que escreve, produz e lança canções com vocais sintéticos. Créditos detalhados em lojas como a Apple Music listam Viet como compositor e produtor — um indicador claro da engenharia por trás do avatar. Em redes como X (ex-Twitter) e discussões de comunidade, fãs e criadores têm desvendado publicamente essa arquitetura de bastidores.

Dos algoritmos às paradas

Em outubro, a faixa “Through My Soul” entrou na Rock Digital Song Sales e impulsionou o projeto ao Top 50 do ranking Emerging Artists, segundo a Billboard — uma referência que também foi repercutida por Forbes e Digital Music News. Esses veículos destacam que “Through My Soul” alcançou o nº 15 em vendas digitais de rock e que Enlly Blue debutou no nº 44 entre os Artistas Emergentes, sinalizando que atos gerados por IA vêm “subindo” nos charts semana após semana.

Tráfego real: streams e Shazam

Nos serviços, a performance é tangível: “Through My Soul” supera 8 milhões de reproduções no Spotify (e segue crescendo); no Shazam, o perfil do projeto celebrou a entrada no Global Chart por volta da posição #108, um marco raro para um avatar recém-nascido.

O som: blues polido com verniz de 1950

Esteticamente, Enlly Blue oferece um “retro-soul” hipnótico: timbres quentes, brushes de bateria, contrabaixo redondo e arranjos que flertam com o clima dos nightclubs dos anos 50 — linguagem reforçada por playlists oficiais no YouTube com o selo “1950 Style / Soul Blue Icon” e por capas monocromáticas que emulam fotografia analógica.

Discografia de referência

Os perfis em Spotify e Apple Music exibem álbuns e EPs como Softly Floating, Silent Street Sound e The Quiet Kind of Blue, além de singles como “Rust & Roses” e “The Weary Blues” — peças que consolidam a assinatura soul-blues com narrativa romântica e atmosfera cinematográfica.

Transparência, fascínio e ceticismo

A rápida ascensão também trouxe desconfiança e debates: criadores e ouvintes relatam terem sido “enganados” pela verossimilhança do timbre e pela estética “clássica”, antes de descobrirem a natureza sintética da vocalista. Esse efeito “uncanny” virou parte da conversa cultural em posts de X, Reddit e Facebook — e coloca o projeto no centro da discussão sobre rótulos, disclosure e detecção de IA em plataformas musicais.

Por que Enlly Blue importa

  1. Evidência de tração comercial: a presença simultânea em paradas da Billboard e milhões de plays indica demanda real por produtos musicais com voz sintetizada, para além do hype. 2) Novo pacto estético: o “vintage-futurista” de Enlly Blue mostra como narrativas retro e tecnologias generativas se retroalimentam no mercado. 3) Pressão regulatória/ética: a cada pico de visibilidade, cresce a cobrança por padrões de rotulagem e verificação (inclusive com ferramentas de detecção citadas por veículos que acompanharam a estreia nos charts).

Faixas essenciais para começar

  • “Through My Soul” — o cartão de visitas que levou Enlly Blue às paradas. YouTube
  • “Rust & Roses” — balada soul-blues com vocais etéreos e arranjo de câmera lenta. YouTube
  • Álbum The Quiet Kind of Blue — consolida o mood noturno do projeto.

Serviço

Nota do Redação: este texto foi elaborado com base em fontes em inglês e checagens em plataformas de música e mídia — Billboard, Forbes, Digital Music News, lojas/players oficiais e discussões públicas em redes. As métricas (charts/streams) oscilam ao longo das semanas; números citados refletem os registros disponíveis no momento da apuração.

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IA na música: gravadoras numa “zona de perigo”, diz Barclays

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IA na música

A revolução da inteligência artificial está batendo à porta da indústria musical — e segundo Barclays, as grandes gravadoras podem estar prestes a entrar numa verdadeira “zona de perigo”. Com a geração automática de música cada vez mais refinada, o jogo muda – e as regras antigas não bastam mais.

A corretora britânica alertou que o avanço da tecnologia generativa representa riscos crescentes para o setor global de música, afirmando que empresas tradicionais de fonograma podem enfrentar “receitas de uso em risco, perda de participação de mercado”, enquanto possuem “oportunidades limitadas de crescimento se não se adaptarem rápido”.

O relatório cita três vetores de mudança principais: (1) a qualidade das músicas produzidas por IA melhorou significativamente; (2) a IA está abrindo a produção musical para cerca de 300 milhões de criadores que antes não tinham competências musicais — o que amplia dramaticamente a base de competição; (3) a pirataria, por sua vez, está se sofisticando.

Na prática, o Barclays projetou cenários preocupantes. No pior dos cenários, as gravadoras poderiam perder até 50% de suas receitas de uso e 10% de participação de mercado — o que reduziria o EBITDA da Universal Music Group (UMG) em cerca de 13% e o da Warner Music Group (WMG) em cerca de 18%. Um cenário mais moderado falava em declínio de ~1% para a UMG e ~4% para a WMG. Já no cenário mais otimista — baseado em acordos de licenciamento e produtos para superfãs — poderia haver expansão de até 17% no EBITDA para ambas.

O Barclays também apontou que a ascensão de artistas gerados por IA, como Enlly Blue, Xania Monet e Blow Records — todos com milhões de ouvintes online — evidencia uma erosão da fronteira entre “música humana” e “música de máquina”.

Além disso, a pirataria alimentada por IA preocupa: segundo o relatório, a Deezer relatou que 28% dos uploads diários de músicas eram completamente gerados por IA, com até 70% dessas transmissões categorizadas como fraudulentas. Já a Spotify retirou mais de 75 milhões de “faixas de spam” no último ano.

Porém, nem tudo é negação. O relatório do Barclays também vê oportunidades — por exemplo, nas receitas advindas de licenciamento de conteúdo gerado por IA e na criação de plataformas para superfãs com remixes personalizados, mash-ups e experiências hiper-ativadas.

Segundo o CEO da UMG, Sir Lucian Grainge, “a IA tem o potencial de oferecer ferramentas criativas que nos permitirão conectar nossos artistas com seus fãs de novas maneiras”. O Barclays, por seu turno, ressalta: “é muito cedo para ser definitivo, então a execução será fundamental, já que o status quo seria negativo”. O ano de 2026, diz a análise, será crucial para ver quem garante a dianteira: desenvolvedores de tecnologia, artistas ou gravadoras.

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